“É o que muitas pessoas de Aleppo dizem. É difícil, [a guerra civil síria] já está durando tanto tempo. Somos todos seres humanos, ficamos cansados, não há muito o que fazer”, compartilha a irmã Sylvia*. Ela trabalha ajudando as pessoas deslocadas internamente que fugiram para sobreviver
Como colaborador da Portas Abertas, Mark* pôde se encontrar com a irmã Sylvia e outros líderes cristãos no país vizinho, Líbano, pois é impossível visitá-los na Síria. Vários deles compartilharam sobre as dificuldades que enfrentam em ajudar os deslocados internamente e outras pessoas necessitadas.
Mark conversou com dois jovens sírios. Eles deviam ter vinte anos, um de Damasco, o outro de Aleppo. "Isso está acontecendo há três anos", disse o jovem de Damasco. "Eu estou trabalhando com a minha igreja para ajudar os deslocados. Ouço suas histórias. Eu me sinto grato a Deus. A guerra trouxe-me para mais perto dele".
Seu amigo de Aleppo afirmou: "Continuamos nossas visitas, mesmo em áreas perigosas. Às vezes, famílias muçulmanas ficam totalmente surpresas quando nós, como cristãos, vamos visitá-las mesmo correndo riscos."
O pastor B. do oeste da Síria disse: "Nós passamos por sofrimento. Temos que sair de um lugar para outro. Nós olhamos para onde os refugiados estão, cuidamos deles, tentamos consolá-los, ser uma fonte de bênção para eles. A guerra mudou tudo na Síria. O que está acontecendo na igreja hoje é completamente diferente do que era antes da guerra. Pode-se dizer que a diferença é tão grande como em Atos, antes e depois do Pentecostes. Os caminhos de Deus são diferentes. Às vezes não entendemos, mas ele sabe o que é melhor para nós."
Com o apoio da Portas Abertas, o pastor e os voluntários da igreja ajudam centenas de famílias com abastecimento de alimentos, mas também com medicamentos ou tratamento médico quando necessário. "Muitas vezes eu me sinto mal, deprimido, desanimado. Às vezes me sinto desmoronando, exausto, cansado e traumatizado. Eu começo a esquecer as coisas e vejo que a minha família, minha esposa e meus filhos estão pagando o preço. "
Um colega dele de outro lugar, no oeste da Síria, acrescenta: "Eu tento mostrar às pessoas ao meu redor que eu sou forte, mas é claro que eu estou cansado. Precisamos de suas orações e seu apoio. Tudo o que precisamos fazer é muito acima de nossa capacidade, é muito mais do que estamos preparados para lidar."
O pastor B. continua: "Do lado de fora parece que estamos fortes, sempre sorridentes, e nossa presença é para muitos, motivo de conforto. Na realidade, estamos sofrendo, só o Senhor sabe o que estamos enfrentando."
"Obrigado, em nome de todas essas famílias. Por causa de seu apoio, podemos ajudar famílias em suas necessidades básicas, mas também em suas necessidades espirituais. Sua oração e seu apoio estão trazendo bons resultados. Deus está usando o que semeamos e plantamos", concluiu ele.
A Portas Abertas continua a apoiar a Igreja síria. Mais de nove mil famílias são ajudadas com alimentos e outros suprimentos. A Portas Abertas também fornece Bíblias e literatura cristã para garantir que as famílias cristãs tenham acesso à Palavra de Deus. Recentemente, foi possível oferecer uma semana de treinamento de liderança para mais de quarenta jovens na Síria. No início deste ano, um treinamento de conscientização de trauma foi realizado para uma equipe de voluntários de uma das igrejas envolvidas no apoio aos deslocados internamente.
* Nomes alterados por motivos de segurança.
Pedidos de oração
Ore por todos os pastores envolvidos no trabalho de assistência aos deslocados pelos conflitos na Síria. Muitos deles estão esgotados. Eles tentam manter a aparência de fortes, sempre tentando incentivar as pessoas que encontram.
Peça para que eles encontrem tempo para descansar, que encontrem o equilíbrio certo em sua vida pessoal e familiar.
Interceda para que Deus lhes dê a força que precisam para cada dia.