Como sabemos, vivemos numa sociedade extremamente apressada. As 24 horas do dia parecem ter diminuído, falta tempo pra quase tudo. Ginásticas litúrgicas no sentido de sintetizar, resumir, enfim, diminuir o tempo de culto, não faltam. As pessoas querem objetividade, têm horários, têm compromissos, portanto, o culto que prometeu terminar 21h, tem de terminar 21h, caso contrário as pessoas simplesmente se levantam e... tchau.
Mas meu interesse neste texto não é sobre o cronômetro do tempo litúrgico. Meu ponto é outro. Ter um culto com vida é ótimo. Prestar a Cristo um culto cheio de vibração, de entusiasmo, de pureza, de sinceridade, enfim, de vida, torna-se altamente gratificante para o coração do adorador.
Mas ainda não chegamos no ponto sobre “quanto tempo deve durar o culto?”. Sim, ter um culto com vida é altamente estimulante, mas meu ponto é: Você tem uma vida de culto? Culto com vida, ok. Mas o que fará toda diferença na sua história é se você tem uma vida de culto.
O culto não termina na bênção do pastor. O culto não termina com aquele último louvor. O culto não termina nos abraços fraternais. O culto não termina nas orações fervorosas. O culto não termina com a bênção sacerdotal de Números. Quem entendeu o Evangelho está em constante missão, está indo, e enquanto vai, prega, testemunha, estende a mão, acolhe, lava pés, abraça, ouve, ora, se compadece, ou seja, tem uma vida de culto.
Ter uma vida de culto é bem diferente de realizar cultos com vida. Reforçando, cultos com vida são essenciais, importam, alimentam, edificam, até porque ninguém almeja ou sonha realizar cultos sem vida, cultos mortos. Mas viver alguns momentos sublimes de cultos com vida a cada mês e, em todo o tempo que sobra simplesmente não viver aquilo que cantou, orou e recebeu da Palavra, é como se distanciar de Cristo na maior parte do tempo.
Quando Paulo, apóstolo, roga a igreja de Roma que seus membros deveriam apresentar seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, pois este era e deveria continuar sendo o culto racional, era disso que falava, tenham uma vida de culto para além das sinagogas, dos templos, pois em Cristo o culto que a Ele dedicamos não termina.
A vida de culto acontece todo dia, toda hora e em todo lugar. Como afirmou Lutero, “se você é um sapateiro, seja o melhor sapateiro”! Em outras palavras, ao fazer o seu melhor no seu dia a dia, você está testemunhando, glorificando e anunciando o nome de Cristo.
Uma vida de culto acontece nos relacionamentos. Fidelidade no casamento, ética no trabalho, respeito por pais e filhos, bondade para com o próximo. Vidas de culto fazem diferença para a vida de todos. E todos precisamos fazer do mundo uma grande catedral a céu aberto, anunciando as obras dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.
Afinal, quanto tempo deve durar o culto? Deve durar o tempo da nossa vida. Só Deus sabe quantos anos cada um de nós viverá. Sendo assim, nesse tempo que se chama hoje devemos prestar nosso melhor culto a Deus, nosso Pai. Pense nisso. Ressignifique a forma como você participa de um culto, não se permita ser engolido pelas “pressas” deste tempo, antes, faça do tempo um aliado seu, viva intensamente uma vida de culto.
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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